Nessa última semana, comecei a me perguntar, quando foi que virei a chave pra mudar quem eu era… porquê muitas vezes mesmo sabendo que algo seria bom, eu adiava ou simplesmente não fazia.
É na mudança, que muitas vezes está aquilo que a gente quer, uma promoção, uma vida financeira melhor, ter menos discussões em nossos relacionamentos, mas mesmo sabendo disso ao final do dia nada acontece, e mesmo achando ruim, preferimos ficar do jeito que está.
A maioria de nós resiste a mudança até o fim. É uma palavra usada demais, mas poucas vezes colocada em prática.
O princípio de tudo
Há 4 anos atrás, lembro que tinha desejos muito similares aos de hoje: ter saúde, aprender um pouco de cada área, ser mais disciplinado… mas a diferença, é que antes eram só desejos. Eu queria ser de uma maneira, mas no final, nada acontecia… passavam 2 meses, 4 meses, 6 meses e nada mudava.
Sempre que começava, eu parava e dizia: “ah quando eu tiver trabalhando isso vai ser fácil. Quando chegar minha encomenda eu começo, se acontecer um dia eu tiver tal coisa nada me para mais”
E a verdade é que era justamente isso, que me deixava cada vez mais longe de mudar pra melhor.
Foi então que eu tive meu primeiro contato com uma psicologia prática, onde comecei a entender sobre a importância do ambiente, definir objetivos concretos, e entender que somos regidos por caos e ordem e que enfrentar o incerto, o desconhecido, faz parte da vida.
Porque enquanto você viver nos domínios da possibilidade, de “se tal e tal acontecesse” você nunca será capaz de mudar.
O que possibilitou a faísca de aprender a mudar, e ir buscar o que eu queria foram se resume uma habilidade: buscar conhecimento.
Não daqueles que você lê e deixa guardado, mas que você põe em prática. E o que aprendi nessa busca, é o que vou te mostrar hoje.
O primeiro ato: reconhecimento
Antes de se mover para mudar algo, primeiro você precisa saber exatamente o que você quer para entender quem você precisa se tornar.
Para mudar algo, a pessoa que você é agora não é a pessoa que você será no final da mudança.
Você é a única pessoa que sabe até onde estará diposta a ir de verdade.
Esse é o primeiro passo para realmente alterar as coisas:
→ Reconhecer o que tem que ser mudado
Se você não está aonde quer ainda, é hora de rever seus objetivos. E se você não tem um objetivo, qualquer caminho vai servir, assim como vai aceitar qualquer coisa.
Ninguém nunca mudou sem antes sentir que precisava mudar. Então se pergunte e analise:
- Você está onde queria?
- Quais são seus objetivos e sonhos?
- Seus comportamentos hoje, suportam aquilo que você quer?
- Onde você quer estar em 5 anos, que tipo de pessoa quer ser? Quer ser mais saudável? Quer estar ganhando mais?
Comece a mapear, entenda exatamente onde você está indo, se você não tiver uma direção você fica a deriva, e não saberá o que precisa fazer. Lembre-se:
🗝️ “A vida do ignorante é cheia de medos e voltada para um futuro que não condiz com o que é feito no momento presente”
Seus maiores inimigos
Quantas vezes você já se encontrou na situação em que estava incomodado(a), sabia o que precisava fazer, mas mesmo assim não fez?
O que realmente estava te impedindo?
Bom, acredito que possa haver 2 problemas:
- O ainda não → Você não quer desapegar do seu estilo de vida atual (por pior que sinta que ele seja)
- O 1º passo → Seus objetivos estão grandes demais (assim você não consegue dar o 1º passo)
Estilo de vida e o medo do desconhecido
Por causa do seu estilo de vida, tudo pra você é conhecido agora. A mudança é o novo, é o mergulho no caos, no desconfortável e incerto que você não conhece.
Perceba que, aquilo que incomoda agora é chato, atrapalha, mas pra você é prático, você conhece aquele incômodo e assim automaticamente chega a conclusão que é melhor as coisas ficarem como estão. É incoveninente, tem suas limitações, mas você conhece.
Imagina que seja como você ficar com um celular antigo, a tela rachada, dá uns erros aqui e ali, mas ele faz ligação e você sabe usar ele, assim não quer trocar porque teria que aprender a usar um outro do zero.
Como você não consegue ser capaz de prever o que pode acontecer e nem ideia de como lidar com os eventos que vão surgir, você fica com aquilo que você já conhece, e usa o maior inimigo da mudança: “Ainda não”.
→ A mudança quase nunca falha por ser cedo demais, mas quase sempre falha por ser tarde demais.
A dificuldade do primeiro passo
Pra mudar algo, sempre precisaremos lidar bem com o sacríficio, e em grande parte, por um bom tempo.
Por isso, muitas vezes, colocamos grandes mudanças para serem alcançadas. Isso torna muito difícil de saber qual primeiro passo que vamos dar, tudo parece muito grande ou distante demais.
Quando você faz dessa forma, nenhum desses objetivo vai te fazer quebrar sua inércia atual, porque ou não parecerá importante suficiente ou longe demais do seu momento atual.
Exemplo: Você quer começar a correr 5x por semana, mas nem caminhada faz.
Se você não quebrar isso em metas menores, seu próprio corpo vai rejeitar. Você ainda não está preparado(a) para lidar com esse novo comportamento. Está querendo pular etapas, assim seu objetivo fica grande demais.
Você com certeza vai falhar dessa forma, e no fim das contas ainda vai dizer pra si mesmo “é eu realmente não consigo”
→ Se você não quebrar seus objetivos e seus sonhos em pequenos passos, esse processo de mudança ou se tornará insustentável logo de primeira ou distante demais.
Quando você fragmenta, seus primeiros passos ficam mais simples e claros, você consegue ter pequenas vitórias, elas vão te ajudar a ver que é possível chegar aonde você quer, e a manter a consistência necessária para chegar lá.
Esse é o momento chave, o momento que você faz mais força é justamente para sair da inércia.
Por isso que o primeiro ato, é justamente reconhecer seus objetivos, a pessoa que você quer se tornar e onde você está no momento. Se não colocar os pingos nos i’s, você vai querer dar um passo maior do que pode no momento e não vai sair do lugar.
Segundo ato: o ambiente
O ambiente é a variável mais importante para você mudar qualquer comportamento. Toda vez que você quer mudar um comportamento, você precisa mudar o ambiente. Torne o caminho daquilo que você quer fácil.
Um ambiente disfuncional tornará tudo mais difícil, você já está viciado nele.
Quantas vezes você viajou ou estava em uma roda de conversa, e veio vários insights do que você poderia fazer e de coisas que queria mudar, mas quando voltou pra casa, não conseguiu mudar nada do que tinha pensado?
Às vezes, são amizades que não fazem mais sentido, é a televisão no quarto que te impede de ler, é o chocolate na geladeira que quebra sua dieta, é trabalhar com celular do lado que te deixa mais improdutivo.
Faça acordos, negocie, torne o difícil mais fácil, faça o que for preciso para tornar seu ambiente propício pra te levar a mudança que você quer ter.
Quando você muda seu ambiente você começa a mudar seus comportamentos e a partir dessa mudança, você começa a adquirar novas habilidades e quando você começa a ter novas habilidades, você passa a ter novos resultados e isso reforçará suas crenças e quando você reforça elas, você de fato molda sua identidade.
Lembre de começar com pequenos passos.
Terceiro ato: mergulho no caos
Preciso confessar…
A grande verdade é que a maioria de nós, não quer mudar de verdade. A maioria quer os benefícios da mudança, mas não está disposto a passar por ela. Para chegar no topo, você tem que subir a montanha. O topo existe para que possamos apreciar a jornada em sua totalidade, nas dores e alegria, e nos desenvolver no processo.
Muitos querem as coisas de imediato, sem esforço e isso é antinatural, não adianta, as leis da natureza não funcionam pulando etapas e você não vai quebrá-las, quanto antes aceitar essa verdade, mais rápido poderá enfrentar a realidade.
Também não se desespere, todos nós passarmos por isso. O importante é aceitar e reconhecer onde você estava errando e tomar atitudes para corrigir seus planos, e finalmente dar seus primeiros passos em direção ao que você quer.
É muito comum também, que no meio você perceba que não é mais aquilo que reflete seu objetivo, e está tudo bem, você pode mudar a rota.
Vivemos na era digital, e temos que ser cada vez mais flexiveis. Precisamos de habilidades cada vez mais genéricas para lidar com os diversos tipos de informação e situações.
Essa flexibilidade com atitude, é uma das principais habilidades que você pode desenvolver no mundo de hoje.
A mudança vai te causar ansiedade, mas a inércia vai te deixar cada vez mais insatisfeito.
Retome o controle
Na vida adulta, temos que ter a mentalidade de conquistar, não ganhamos mais como crianças, nós fazemos por merecer. Tome as rédeas, e comece a ir em direção ao que você quer.
O confronto vai acontecer, uma hora ou outra você vai ter que entrar no caos (no desconhecido, no incerto), você vai ter que mudar se não quiser ficar para trás.
Não espere essa hora chegar, escolha suas batalhas, para não deixar chegarem até você e não estar pronto.
Nos tornamos mais fortes ao enfrentar voluntariamente o que impede nosso progresso.
Você é o unico que pode mudar a si mesmo, não delegue sua responsabilidade.
Quanto mais você se conhece mais você sabe seus limites e para se conhecer você tem que se colocar em situação de desconforto.
Só assim pode tomar a decisão de interromper seu estilo de vida e ter coragem para enfrentar a mudança.
Tudo na vida que explica o sucesso passa pela ação, o fazer. Se você ficar hesitando muito, suas dúvidas irão aumentar e se transformar em medo.
Faz parte da nossa capacidade enfrentar o potencial do futuro e transformar ele no presente.
A maneira como determinamos no que o mundo se transforma é consequência das nossas escolhas no agora.
- Isso quer dizer, que o futuro pode se tornar melhor se fizermos os sacrifícios necessários no presente.
A escolha
Mudar vai te custar esforço, explorar o desconhecido vai doer, vai ser dificíl, mas ao fim vai te libertar.
Assim como ficar com o que você já conhece vai ser incômodo, vai doer também, e vai te estagnar e aprisionar cada vez mais nesse looping de insatisfação.
Meditação da semana:
Mudar vai doer e vai ser difícil. Não mudar vai doer também.
Mas você pode escolher a dor que quer enfrentar. Qual você vai escolher?
—> A dor que te liberta ou a dor que te aprisiona?
“A vida é muito curta para lutar contra as forças da mudança, é muito curta para odiar aquilo que você faz o dia todo e é muito curta para criar coisas medíocres.”